"Ah! Se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti. Desceste, pois, e as montanhas se derreteram. Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam." (Is 63,19b; 64, 2b-3)
Como são belos os sentimentos do santo autor!!! Com este texto, na Santa Missa de hoje, iniciamos o Santo Tempo do Advento, da preparação para a vinda do Senhor. Também com isso iniciamos o Ano do Senhor de 2009. Por isso, um santo ano novo a todos!
O texto é do século VI aC, depois do exílio de Babilônia. Faz parte dos escritos do chamado Trito-Isaías, um autor anônimo, que publicou seus textos sob a égide da Profeta Isaías, para que, tornando-se conhecidos, pudessem ser uma palavra de consolo e esperança a Israel. Aliás, é de esperança que esse tempo nos quer falar.
"Ah! Se os céus se abrissem!!!" Ah!, Senhor! Se eles se abrissem, poderíamos olhar para o alto e ver que nossa vida é tão mais do aquilo que podemos ver, apalpar, sentir, raciocinar, pesquisar, fazer... Ah! Senhor, se eles se abrissem, nosso horizonte se abriria, nosso coração se dilataria, nossa mente se tronaria humilde diante do grandioso mistério que se encontraria diante dela. Ah! Senhor, se os céus se abrissem!
Há tantos de nós e tanto dentro de nós que ainda desejam que os céus se abram, que uma esperança surja para eles, que seu pulmão respire um ar novo e fecundo de perenidade, que sua vida se preencha de realidades que não passam, porque tudo parece tão instável, tão confuso, tão injusto, tão mesquinho, dentro e fora de nós!!! Ah,se descesses! Que presente não seria. Já não mais precisaríamos enganar nossos filhos com a figura do Papai Noel, com a figura de um mundo que passa, que se estraga, que murcha, que se estraga! Já não precisaríamos pô-los na esteira da morte, que parece levar todos os homens nos seus hábitos que levam a defender o ego, os apegos, o lucro violentador, a injustiça, a violência, o abandono, a falta de paz!!! Tudo isso, Senhor, se eles se abrissem!
Há tantos de nós e tanto em nós que jamais se abre a esse céu!!! E isso é o que há de pior, Senhor, porque, nesse caso, não há perspectiva de esperança para nós, a não ser a própria destruição! Senhor, há tantos de nós e tanto em nós que só respira morte e apesar de, no mais profundo e íntimo do ser, surge, mesmo que abafado o grito: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descessem!"
Mas o Profeta hoje vem nos dar um alento, um sinal de esperança. Ele saiu de Babilônia e voltou a Jerusalém. Ela estava destruída, e isso o levava a gritar: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descessem!" Mas o Profeta não havia se prendido a isso. Ele, com seu povo, estava em Jerusalém. Canta o salmista: "quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar. Encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios de canções! Maravilhas fez conosco o Senhor! (Cf. Sl 125). Pois bem, o profeta também atrás: Sim, "desceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti". Quem eram as montanhas? O poder de Babilônia. Ele se desmantelou, ele passou, ele foi destruído.
Em nós, as montanhas estão nos pecados mais enraizados no fundo do coração. São eles palavras interiores, comandos que nos põem na "rede que envolve todos os mortais". São eles que derramam para fora de nós o fel que anuvia a esperança e a paz. São eles que fazem adoecer a nossa vida, a nossa história, a nossa ciência, a nossa política, a nossa economia, a nossa paternidade, o nosso ensino, o nosso ser inteiro. São como nuvens tenebrosas que fecham o horizonte do nosso coração.
Ah! O profeta... ELe nem sabia do que estava falando. Era como uma parábola, uma metáfora para dar a conhecer o seu povo o teu poder. Mas desceste mesmo, desceste de verdade, desceste em carne e osso, e entraste em nossos infernos, em nossas montanhas escarpadas, que dificultam nosso caminhar. Viveste nossa história, tocaste em tudo, "encheste tudo de formosura" (Cf. São João da Cruz) e nosso olhar agora pode se abris, nosso coração se dilatar, nossa vida voltar a ter esperança, nosso horizonte poderá ser contemplado!!!
Sim, Senhor, desceste! Desce em nós, no mais profundo de nós e revira todas as lógicas que desgraçam o homem contra suas próprias contradições. Porque descestes em um inferno que ninguém talvez tenha descido e ressurgistes dos mortos, no seio do Pai. Diz Saõ Paulo, "Aquele que desceu é o mesmo que subiu!" Os céus se rasgaram, se escancararm, o próprio Pai celeste disse: "Tu és o meu Filho amado!" Ele disse isso mesmo a nós no dia de nosso Batismo. Por seu Verbo e Filho, continuamente vem dizer a nós: "tu és meu filho amado, eu te gerei, em ti ponho meu bem querer!" (Cf. Is 42,1; Sl 2,7).
Na expectativa de vossa vinda final, Senhor, te esperamos cada dia. Cada dia elevaremos o clamor do profeta: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descesses! Mas tu desceste, e as montanhas se derreteram diante de ti!" Pois cada dia tu mostras, revelas, que tu és tu mesmo que desces a nós: na Eucaristia, na vossa Palavra, nos irmãos, em nossa família, no meio de nossos colegas de trabalho, pelos amigos e inimigos, pelos irmãos carentes, no meio de nossa história pessoal e coletiva. Eis que vens vindo sempre, para que naquele Dia que só tu conheces, possamos ver-te face a face!
Hoje, Senhor, entregamos a ti, no início de um novo tempo, neste Advento, nossa esperança, para que o Natal seja para nós um momento de vigor tão grande que nossas esperanças tão menores possam ser transfiguradas em teu fogo de amor e tais como as montanhas que também passam, pois se tivermos fé, "poderemos dizer a uma montanha 'põe daqui para lá' e ela obedecerá". O problema é que nossa fé não chega ao tamanho de méson pi, e pede, suplica diante de ti que estejas sempre abrindo os céus para nós e sempre amplie nosso respirar, dilate nosso coração e revigore nossa esperança naquilo que pode e deve ser esperado, para além de todas as esperanças e desesperanças humanas, pelas quais passaremos até limpidamete enxergarmos vosso rosto.
Sim, Senhor, os céus se rasgaram e descesses! Quando vermos na manjedoura um Menino, ali estará o sinal de nossa esperança. Ele é tão frágil, tão pequeno, chora, sente frio, faz cocô, tem fome. Que sinal de contradição nossa esperança! Mas só nesse sinal nossas tão reais contradições podem encontrar um sentido e uma verdade que lhes diga respeito, que lhes dê uma lógica toda nova, ultrapassando todas as nossas lógicas iludidas, estultas e enlouquecidas!
Seja ele a nossa paz, que do que está dividido faz Um, porque Um é Ele com o Pai e o Espírito Santo! Que ao vê-lo no presépio possamos lembrar de que Ele vem, e Ele nos vê e contempla. Contemplemo-lo, com os olhos límpidos. Que se abram os céus de nosso coração para um Santo e Feliz Natal!!!
Como são belos os sentimentos do santo autor!!! Com este texto, na Santa Missa de hoje, iniciamos o Santo Tempo do Advento, da preparação para a vinda do Senhor. Também com isso iniciamos o Ano do Senhor de 2009. Por isso, um santo ano novo a todos!
O texto é do século VI aC, depois do exílio de Babilônia. Faz parte dos escritos do chamado Trito-Isaías, um autor anônimo, que publicou seus textos sob a égide da Profeta Isaías, para que, tornando-se conhecidos, pudessem ser uma palavra de consolo e esperança a Israel. Aliás, é de esperança que esse tempo nos quer falar.
"Ah! Se os céus se abrissem!!!" Ah!, Senhor! Se eles se abrissem, poderíamos olhar para o alto e ver que nossa vida é tão mais do aquilo que podemos ver, apalpar, sentir, raciocinar, pesquisar, fazer... Ah! Senhor, se eles se abrissem, nosso horizonte se abriria, nosso coração se dilataria, nossa mente se tronaria humilde diante do grandioso mistério que se encontraria diante dela. Ah! Senhor, se os céus se abrissem!
Há tantos de nós e tanto dentro de nós que ainda desejam que os céus se abram, que uma esperança surja para eles, que seu pulmão respire um ar novo e fecundo de perenidade, que sua vida se preencha de realidades que não passam, porque tudo parece tão instável, tão confuso, tão injusto, tão mesquinho, dentro e fora de nós!!! Ah,se descesses! Que presente não seria. Já não mais precisaríamos enganar nossos filhos com a figura do Papai Noel, com a figura de um mundo que passa, que se estraga, que murcha, que se estraga! Já não precisaríamos pô-los na esteira da morte, que parece levar todos os homens nos seus hábitos que levam a defender o ego, os apegos, o lucro violentador, a injustiça, a violência, o abandono, a falta de paz!!! Tudo isso, Senhor, se eles se abrissem!
Há tantos de nós e tanto em nós que jamais se abre a esse céu!!! E isso é o que há de pior, Senhor, porque, nesse caso, não há perspectiva de esperança para nós, a não ser a própria destruição! Senhor, há tantos de nós e tanto em nós que só respira morte e apesar de, no mais profundo e íntimo do ser, surge, mesmo que abafado o grito: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descessem!"
Mas o Profeta hoje vem nos dar um alento, um sinal de esperança. Ele saiu de Babilônia e voltou a Jerusalém. Ela estava destruída, e isso o levava a gritar: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descessem!" Mas o Profeta não havia se prendido a isso. Ele, com seu povo, estava em Jerusalém. Canta o salmista: "quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar. Encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios de canções! Maravilhas fez conosco o Senhor! (Cf. Sl 125). Pois bem, o profeta também atrás: Sim, "desceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti". Quem eram as montanhas? O poder de Babilônia. Ele se desmantelou, ele passou, ele foi destruído.
Em nós, as montanhas estão nos pecados mais enraizados no fundo do coração. São eles palavras interiores, comandos que nos põem na "rede que envolve todos os mortais". São eles que derramam para fora de nós o fel que anuvia a esperança e a paz. São eles que fazem adoecer a nossa vida, a nossa história, a nossa ciência, a nossa política, a nossa economia, a nossa paternidade, o nosso ensino, o nosso ser inteiro. São como nuvens tenebrosas que fecham o horizonte do nosso coração.
Ah! O profeta... ELe nem sabia do que estava falando. Era como uma parábola, uma metáfora para dar a conhecer o seu povo o teu poder. Mas desceste mesmo, desceste de verdade, desceste em carne e osso, e entraste em nossos infernos, em nossas montanhas escarpadas, que dificultam nosso caminhar. Viveste nossa história, tocaste em tudo, "encheste tudo de formosura" (Cf. São João da Cruz) e nosso olhar agora pode se abris, nosso coração se dilatar, nossa vida voltar a ter esperança, nosso horizonte poderá ser contemplado!!!
Sim, Senhor, desceste! Desce em nós, no mais profundo de nós e revira todas as lógicas que desgraçam o homem contra suas próprias contradições. Porque descestes em um inferno que ninguém talvez tenha descido e ressurgistes dos mortos, no seio do Pai. Diz Saõ Paulo, "Aquele que desceu é o mesmo que subiu!" Os céus se rasgaram, se escancararm, o próprio Pai celeste disse: "Tu és o meu Filho amado!" Ele disse isso mesmo a nós no dia de nosso Batismo. Por seu Verbo e Filho, continuamente vem dizer a nós: "tu és meu filho amado, eu te gerei, em ti ponho meu bem querer!" (Cf. Is 42,1; Sl 2,7).
Na expectativa de vossa vinda final, Senhor, te esperamos cada dia. Cada dia elevaremos o clamor do profeta: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descesses! Mas tu desceste, e as montanhas se derreteram diante de ti!" Pois cada dia tu mostras, revelas, que tu és tu mesmo que desces a nós: na Eucaristia, na vossa Palavra, nos irmãos, em nossa família, no meio de nossos colegas de trabalho, pelos amigos e inimigos, pelos irmãos carentes, no meio de nossa história pessoal e coletiva. Eis que vens vindo sempre, para que naquele Dia que só tu conheces, possamos ver-te face a face!
Hoje, Senhor, entregamos a ti, no início de um novo tempo, neste Advento, nossa esperança, para que o Natal seja para nós um momento de vigor tão grande que nossas esperanças tão menores possam ser transfiguradas em teu fogo de amor e tais como as montanhas que também passam, pois se tivermos fé, "poderemos dizer a uma montanha 'põe daqui para lá' e ela obedecerá". O problema é que nossa fé não chega ao tamanho de méson pi, e pede, suplica diante de ti que estejas sempre abrindo os céus para nós e sempre amplie nosso respirar, dilate nosso coração e revigore nossa esperança naquilo que pode e deve ser esperado, para além de todas as esperanças e desesperanças humanas, pelas quais passaremos até limpidamete enxergarmos vosso rosto.
Sim, Senhor, os céus se rasgaram e descesses! Quando vermos na manjedoura um Menino, ali estará o sinal de nossa esperança. Ele é tão frágil, tão pequeno, chora, sente frio, faz cocô, tem fome. Que sinal de contradição nossa esperança! Mas só nesse sinal nossas tão reais contradições podem encontrar um sentido e uma verdade que lhes diga respeito, que lhes dê uma lógica toda nova, ultrapassando todas as nossas lógicas iludidas, estultas e enlouquecidas!
Seja ele a nossa paz, que do que está dividido faz Um, porque Um é Ele com o Pai e o Espírito Santo! Que ao vê-lo no presépio possamos lembrar de que Ele vem, e Ele nos vê e contempla. Contemplemo-lo, com os olhos límpidos. Que se abram os céus de nosso coração para um Santo e Feliz Natal!!!
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